Bruno Alves e Raul Meireles fora de jogo esta noite, o que por si só seria assunto neste dragão a escaldar, tratando-se de um clássico imperdível, de um duplo regresso pré-anunciado com a reverência devidas às “vacas sagradas” de qualquer confraria.
Mas não será caso para se retorcerem os quadros adicionais à convocatória: Meireles não tem as condições físicas essenciais para entrar na convocatória, e Bruno Alves salta fora porque, tal como tinha prometido há meses, Jesualdo começou a levar a preceito os guias de gestão do plantel, tocando nos pontos quentes: Bruno Alves andará nervoso, teve alegadamente algumas pegas no último treino e fica a ver jogar, coisa que detesta e lhe serve de lição.
A não convocação dos dois capitães pode ter uma leitura exterior sobreaquecida. Pode, principalmente quando se cruzam fios de alta tensão a envolverem já mais claramente muitas áreas e supostas polémicas, mas tanto quanto A BOLA sabe - o dragão treinou fechado - a dupla surpresa das não convocações radica-se em elementos diversos: cada caso é um caso, cada caso não é caso de polícia.
Sabendo-se como os grandes suportes do FC Porto, como Bruno Alves e Raul Meireles, são fundamentais na orquestra azul, o facto de se tratar de um passo fundamental na Taça (quem vencer já vê o Jamor ao perto, embora o Sp. Braga pense da mesmíssima forma), não deixaria, então, de tornar estranha a ausência dos dois jogadores-chave.
É um facto a que, por exemplo, a lombalgia de Raul Meireles se afecta, justificando a sua saída. Mas outro facto se podo associar imediatamente: as razões dos técnicos, o processo de gestão, as escolhas revistas com fundamentos acrescidos. E fundamentos acrescidos não faltam, quando se olha o mapa competitivo (seis jogos em 19 dias, entre hoje e 21 de Fevereiro) e, principalmente, a resposta que alguns jogadores deram na Choupana.
É então mais fácil entender por que vai jogar Maicon, por que vai jogar Ruben Micael: provaram ser substitutos capazes, e o FC Porto ganhará outra nervura para situações de emergência. Afinal, sem Bruno Alves e Raul Meireles, o dragão obteve o melhor resultado da época: já tinha marcado quatro golos ao Leixões, ao Sertanense e ao Guimarães, mas o resultado da Choupana, enquadrado nos graus de dificuldade específicos, por ironia ou não, é o melhor da época. Sem as supostas 'vacas sagradas', daí se perceber um pouco melhor o risco da decisão, sem associação directa a qualquer eventual conflito no último treino, como 'correu' ontem pelos labirintos exteriores ao dragão.
abola